quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

AMOR INACEITÁVEL

Já eram 13:00 horas em ponto quando Valentina encostou-se em sua janela, acendeu um cigarro e atentamente olhava para rua esperando o grande momento. Ela sabia que estava quase na hora daquele moreno de olhos verdes passar por ali com seu uniforme de trabalho. Fazia isso todos os dias, e Valentina não perderia a chance de vê-lo mais um dia.
Por um momento, deixou-se perder nos pensamentos imaginado como seria seu nome, e como seria bom se ele a notasse. Logo voltou sua atenção pra rua e percebeu que a sua grande admiração estava se aproximando. Ela sabia o que ia acontecer. Ele iria passar rápido como se estivesse atrasado fumando um cigarro e olhando pro relógio.
Mas, pra surpresa de valentina esse dia foi diferente:
Ela notou que hoje, ele estava vindo um pouco mais cedo; e que ele colocava as mãos no bolso como se procurasse alguma cosia. Ao se aproximar de Valentina o moreno de olhos verdes perguntou:
- Boa tarde, vc pode me emprestar o isqueiro?
Valentina quase desmaiou. Nao ía perder essa chance. Saiu elegentemente até o portão e esticou o braço com o isqueiro.
Era lindo ver ele acender o cigarro!!!
Ele entregou o isqueiro e agradecendo perguntou:
-Qual seu nome?
-Valentina e o seu?
-Vitor. Prazer. Que cheiro gostoso, é café? - perguntou ele.
- Sim. acabei de passar. Está fresquinho, quer uma xícara? -perguntou ela.
-Agora estou um pouco atrasado, mas posso passar e tomar um cafe mais a noite se nao for encômodo!!!
-Combinado. Às 20:00 horas te espero com um café fresquinho. - respondeu ela.
Se despediram e Valentina entrou para sua casa em estado de êxtase. Era difícil acreditar que Vitor estaria em sua casa daqui algumas horas.

Perto do horário combinado Valentina começou se arrumar para o encontrou colocou um vestido até o joelho azul marinho, maquiou-se levemente, e penteou seus longos cabelos louros.
Quando Vitor chegou, a mesa estava pronta. Tomaram café, conversaram um pouco e logo estavam estregues ao beijos mais ardentes de um paixão fulminate.
Começava ali um sonho se tornar realidade.

Passadas duas semanas de amor intenso Valentina notou que seu grande amor se tornara um tanto agressivo. Todas as noites no meio da transa Vitor a batia com muita força. Espancava e chorava. Se lamentava de estar apaixonado por Valentina.
Ela estava cada vez mais apaixonada por Vitor mas sabia que ele não sairia de sua casa para morar com ela.

As brigas começaram a ser mais frequentes e Valentia não cobrava nada. Apanhava calada.
Vitor chorava , xingava, espancava, transava, e amava. por vezes quis acabar com tudo mas não conseguia imaginar Valentina nos braços de outro homem.
Ela não aguentava mais apanhar tanto. Nunca imaginou Vitor dessa forma.

Numa noite. Tomada por um sentimento de dor, Valentina resolveu dar um jeito na situação.
Foi até o quarto vestiu-se muito bem, pegou uma faca na cozinha, voltou pro quarto e deitou na cama. Não queria mais viver aquela situação. Ela o amava mas nao aguentava mais. E num impeto de desespero cravou a faca entre as pernas e com raiva começou a se cortar inteira.
chorando pela dor do ato e pela dor de deixar seu grande amor, morreu esvaindo em sangue.

Mas tarde quando Vitor chegou na casa, notou que alguma coisa estava errada. Foi até o quarto e viu a sua amada Valentina morta em cima da cama. Do seu lado, apenas um bilhete que dizia:

Vitor meu amor,
Sei que estraguei tudo.
Mas o que fiz, foi por amor.
Estou muito feliz, porque pelo menos uma vez vou poder te dizer
"Hoje não amor. ESTOU MENSTRUADA."


MORAL:

Valentina amava Vitor, que nunca iria aceitá-la e
Vitor amava Valentina mas não admitia estar apaixonado por um travesti

NEM SEMPRE O QUE AMAMOS É O QUE PARECE SER...



Alencar Santos